Auriculoterapia é incluída no Programa de Controle do Tabagismo de Penha

O Programa de Combate ao Tabagismo de Penha ganhou um reforço: a auriculoterapia. A especialidade da acupuntura – considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma terapia de microssistema – busca minimizar os efeitos da abstinência no corpo do paciente. Para ingressar no Programa, basta procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do seu bairro e solicitar o tratamento.

“O objetivo da auriculoterapia no Grupo de Tabagismo é de uma forma complementar atingir melhores resultados tanto na redução como na cessação de tabagismo e no controle da ansiedade, se mostrando muito eficiente na redução da ansiedade, possui um baixo custo, além de ser não invasiva e de fácil aceitação entre os pacientes”, detalha a fisioterapeuta que desenvolve a especialidade, Larissa Ladyne Raugusto Cogo.

A auriculoterapia é um dos possíveis tratamentos alternativos para o tabagismo, sendo instituída a partir de 2006 nas Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS). “Utiliza a estimulação de pontos situados no pavilhão auricular para auxiliar nos tratamentos e diagnósticos de diversas patologias, tanto físicas como mentais”, reforça a profissional, que compõe a equipe Multiprofissional da Secretaria de Saúde.

Hoje, os pacientes em tratamento passar por uma avaliação individual. “Após, aplica-se a técnica através de sementes de mostarda ou cristais”, ressalta Larissa. Desde maio, a procura e adesão ao Programa cresceu 30%, passando para 25 fumantes em tratamento e a nova técnica é um aporte à medicação utilizada. “O abandono do cigarro não é fácil, pois quando o indivíduo decide largar ou tentar reduzir seu vício ele apresenta efeitos colaterais diversos apresentando por exemplo sinais como ansiedade, irritabilidade. Porém quando o indivíduo decide parar de fumar os riscos de doenças diminui gradativamente”, complementa a fisioterapeuta.

Larissa encerra enaltecendo que o “pavilhão auricular é considerado uma parte importantíssima do corpo humano, pois nele possuímos um microssistema, um local rico em inervação e circulação sanguínea. Sendo assim o pavilhão auricular trabalha como receptor de sinais, e os sinais se refletem na orelha, são levados pela circulação para diferentes localidades no nosso corpo, uma para cada enfermidade, conclui-se que há uma grande obtenção de resultados terapêuticos através de estímulos dos pontos auriculares”.

O Programa de Penha faz parte do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, do Ministério da Saúde. O tratamento semestral é totalmente gratuito e desenvolvido na Unidade Básica do Gravatá – pela médica Maria Del Rocio Ruz Ramirez, com apoio da equipe da UBS e o time Multiprofissional da Secretaria de Saúde. “A pessoa que vence o tabagismo, considerado uma doença pela OMS, tem significativos ganhos em saúde, em qualidade de vida – uma vez que o sistema cardiovascular e respiratório da pessoa é muito afetado pelo hábito de fumar”, explica a médica.
Durante a consulta inicial, o paciente recebe todas as orientações sobre como ocorrerá o tratamento – que poderá contar com a mediação de psicólogos e nutricionistas. O tratamento ocorre com a utilização de medicamentos como bupropiona e adesivo de nicotina, que são inclusos no tratamento de forma gradual. “O uso não pode ultrapassar os seis meses, uma vez que o paciente poderá ficar dependente da própria medicação”, adianta a médica.

A equipe do Programa Municipal de Controle do Tabagismo ressalta ainda uma questão crucial para o sucesso no tratamento: mental. “É preciso que o paciente realmente esteja convicto em querer deixar de fumar, por mais difícil que o processo possa ser. A mente é um aliado poderoso neste processo”, pontua a enfermeira responsável pela equipe Multiprofissional, Elenir Catarina Machado Francioni.

O secretário de Saúde, Rodrigo Medeiros, observa – visualmente – um crescimento no número de fumantes. Para ele, a questão pandêmica teve forte influência nesta questão. “O tabagismo está associado diretamente à ansiedade, questão fortalecida nestes dois últimos anos diante do isolamento social imposto pela pandemia mundial de coronavírus. Agora, cabe ao poder público oferecer mecanismos para recuperação da qualidade de vida”, analisa.

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Imagem: Prefeitura de Penha