Janete Krueger em: AS NOVAS E VELHAS FORMAS DE MORAR

A casa é um espaço de convivência, que tange o social e o descanso familiar ao mesmo tempo, pois era ali que se recebia os amigos no espaço gourmet ou então na sala de estar sempre muito bem equipada, mas também era o espaço da família, o porto seguro. Mas o que se pode dizer sobre este último ano? Será que tudo mudou? Talvez sim, talvez não. O fato é que esperamos ansiosos para decifrar este novo morar, que de certa forma até nos causa um pouco de angústia, pois não há uma definição de como será. As mudanças no novo mundo são reais, mas ainda não definidas.

A forma como as pessoas passaram a encarar seu espaço doméstico, mesmo com incertezas, é claro e nítido – tudo precisa mudar. Salvo aqueles que já viviam em estilo de “home Office” o restante da sociedade se ajeitou como pode no início da pandemia e segue ainda buscando organizar e acomodar todas as funções em casa. O desafio de harmonizar as tarefas como trabalhar, viver a vida em família, cozinhar, estudar, praticar atividades físicas, ter espaço para acomodar os objetos que vem do espaço externo e precisam ser guardados ou limpos antes de entrarem no espaço doméstico, enfim, exigiu novas regras, novo estilo.

O fato é que a nova forma trouxe novos olhares, inclusive de como não decorar a casa. A sala de estar, por exemplo, espaço de convívio precisa ter móveis confortáveis e um sofá que acomode todos, mas aquela estante muito antiga, grande e pesada, que não tem nenhum valor sentimental é totalmente desnecessária no ambiente.

O mesmo vale para as roupas do guarda roupa, pois imagine você que todas aquelas roupas para eventos, festas e  happy hours, não são mais necessárias, então que tal dar aquela revisada no closet? E quem sabe até trocar aquele guarda roupa no quarto dos fundos, que está socada de roupas esperando a pandemia passar, virar um belo espaço de home Office, com livros, revistas e mesas para todos usarem.

E a cozinha? Nossa, a cozinha nunca foi tão usada como neste ultimo ano. Alguns até descobriram objetos desconhecidos nas gavetas que foram comprados nas diversas idas ao shopping e sem nenhum critério, se acumularam nas gavetas e portas do ambiente. É a famosa frase, vai que um dia precisa. Então, agora precisa.

Os carros ficaram mais nas garagens, os pratos estão sendo mais usados, as roupas ficaram mais confortáveis, as TV’s estão mais ligadas e até mesmo espaços como hortas e academias voltaram a surgir nos ambientes domésticos.

E a grande questão é: até quando ficaremos assim? Ou será que voltaremos ao modo de viver de alguns anos atrás, mas nem tão distante assim. Um período de grande reflexão com certeza, mas também de duvidas e incertezas. Exceto uma, que é preciso melhorar o espaço doméstico e torná-lo mais prático, mais seguro e mais aconchegante.

E apesar das incertezas, a palavra reforma nunca esteve tão em alta. Foram desde pequenas mudanças para receber uma nova mesa de trabalho, até grandes intervenções como novo layout, troca de pisos, reforma de banheiros, que é um dos ambientes mais difíceis para serem reformados, troca de sofás e tapetes, enfim, difícil encontrar a família que não fez ao menos uma pequena melhoria na casa neste ano tão desafiador.

Engana-se quem acredita que tudo já acabou, pois ainda há uma longa jornada pela frente, mas claro que já estamos mais descolados com tudo e principalmente preparados para enfrentar desafios. O novo não nos causa mais tanto espanto. Resta saber agora que rumo nossas casas irão tomar neste novo formato de vida, porque uma coisa já aprendemos, nunca mais será como antes.

 

Imagem: pexels