Nesta semana, a advogada Cleide Mello, moradora de Penha, estreia sua coluna aqui no Notícias de Penha, trazendo à tona fatos sobre o mundo da violência doméstica, acima de tudo, orientações sobre o assunto.
Por Cleide Mello
CASOU, TEM QUE AGUENTAR!
Sim, depois do casamento, que aos olhos e a expectativa de qualquer mulher, é o ápice da felicidade e realização sentimental, afinal: “seremos felizes para sempre”, encontrei meu grande AMOR…
Sim, ainda hoje, casou tem que aguentar!
Essa frase, venho ouvindo inúmeras vezes na jornada da missão em defesa das mulheres vítimas de violência doméstica.
Os dados estatísticos, dos pedidos de medidas protetivas, apresentados pelo poder judiciário de Santa Catarina, referente a Comarca do Juizado Especial Cível e Criminal e de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Balneário Piçarras, nos deixa em alerta:
| MÊS DO ANO DE 2020 | TOTAL |
| Janeiro | 18 casos |
| Fevereiro | 12 casos |
| Março | 09 casos |
| Abril | 12 casos |
| Maio | 06 casos |
| Junho | 08 casos |
| Julho | 12 casos |
| Agosto | 08 casos |
| Setembro | 16 casos |
| Outubro | 17 casos |
…” Eu vivo com ele, por medo e porque preciso, é ele quem paga as contas…”
…” Quando ele sai para beber, eu não durmo, ficou acordada até ele chegar, tenho medo dele fazer algo ruim comigo, escondo tudo, facas, pá, enxada, martelo, tudo que possa está ao alcance das mãos dele para me ferir, quando ele bebe fica descontrolado…”
…” Sim, trabalho e não deixo ninguém perceber que sofro violência doméstica, tenho medo de ser mandada embora ou sofrer preconceito, vou cansada, mas tenho filhos…”
Relatos de vítimas de violência doméstica, que não podem ou não querem se apresentar.
Você NÃO TEM QUE AGUENTAR!
O silêncio da vítima, é a maior arma do agressor, denuncie, busque ajuda e não sofra mais em silêncio, peça ajuda.
Hoje, vivemos no tempo de informação em tempo real, a divulgação e criação de mecanismos de proteção a mulher vítima de violência doméstica e familiar, tem sido um escape!
Porém, não é o suficiente para efetivamente proteger a mulher vítima de violência.
E, é com esse intuito, que para nosso Município de Penha e circunvizinhança, nasceu o PROJETO ROSAS, um projeto voluntário, fundado pelas Advogadas Dra. Cleide Mello e Dra. Aynoã Mello, nossa missão é alcançar a proteção dessas mulheres e meninas, vítimas de violência doméstica e familiar, com informação e atendimento de orientação, no enfrentamento a esse mal que agride, mutila e mata, nossas mulheres, a violência de gênero.
Fomos convidadas a essa tão honrosa missão, pelo NP Notícias de Penha/SC e missão dada, é missão cumprida!
Buscamos apoio de parceiros voluntários que apoiem a causa, advogadas, assistentes sociais, médicas, psicólogas, dentistas, professoras de atividades que possam gerar formação, comerciantes que abram vagas de emprego para as mulheres vítimas, toda ajuda é bem vinda, não temos ajuda de nenhum órgão público, e o trabalho é um verdadeiro amor a missão!
Se você quer fazer parte, junte-se a nós.
E a você mulher, que já sofreu ou sofre a violência doméstica ou familiar, o espaço está aberto para dar seu depoimento, FALE!
Seu depoimento é importante, para tirarmos o “véu da impunidade” que se enverga por trás dos muros, dentro dos lares.
Precisamos nos unir e dizer Basta!
Porque juntas, somos mais fortes.
Dra. Cleide Mello
Denúncia de violência doméstica
Segue a relação de canais de denúncia de violência doméstica e familiar contra a mulher:
Polícia Militar de Santa Catarina
Ligue 190 (para situação de emergência)
Aplicativo PMSC Cidadão (disponível em Android ou IOS)
Polícia Civil de Santa Catarina
Disque Denúncia 181 (aceita denúncia anônima) ou (48) 98844-0011 (WhatsApp/Telegram)
Delegacia de Polícia Virtual da Mulher
Ouvidoria das Mulheres do Conselho Nacional do Ministério Público (Canal especializado Conselho Nacional do Ministério Público para recebimento de denúncias relacionadas à violência contra a mulher)
Telefone: 610 3315-9476 (WhatsApp)
E-mail: ouvidoriadasmulheres@cnmp.mp.br
Governo Federal
Ligue 180 (denúncias e informações sobre violência doméstica)
