“Sou pré-candidato a prefeito de Penha”; confira a entrevista com o presidente da Câmara, Isac da Costa (PL)

Notícias de Penha – Você está retornando à presidência da Câmara após o mandato de 2018. O que você pretende fazer de diferente em relação àquele, quando comandava o Legislativo?

Isac Hamilton da Costa, vereador – Estamos em ano eleitoral e pretendo trabalhar para trazer tranquilidade para os debates na Casa, que estão aflorados por conta do período de eleições. Meu foco é administrar os debates com respeito a todos os vereadores e vereadoras. Um dos projetos que devo retomar é o Câmara Mirim, que dá oportunidade de jovens participarem da política. Há outros projetos em vista, que devo debater com a nova Mesa Diretora (formada pelo vice-presidente Juju Capela-PSDB, 1º secretário Joaquim Costa-PP e 2º Secretário Italiano Dal Posso-MDB).

NP – Pelo acordado em 2016, logo após a eleição, a presidência da Câmara deveria ficar com um vereador do MDB, do mesmo partido do prefeito Aquiles da Costa. O que aconteceu no meio do caminho?

Isac – A vereadora Regiane Aparecida (MDB) era a escolhida do prefeito. Mas ela abriu mão e então o Aquiles escolheu como candidato o vereador Maurício Brockveld (PROS). Eu comecei a sondar os outros vereadores e identifiquei que o Maurício não teria votos para compor uma chapa. Foi aí que eu decidi apresentar uma chapa independente, contando com o apoio PP, MDB e PSDB. Eu tenho um perfil tranquilo e conciliador e acredito que foi isto que me gabaritou para disputar e vencer a eleição de presidente da Câmara.

NP – Você pertence a um partido que está dentro do governo do prefeito Aquiles. Como está a sua relação com ele após a eleição da Mesa Diretora?

Isac – Da minha parte, está tranquilo. Como eles já me conhecem, o que eu vou fazer aqui é dar andamento àquilo que for melhor para a cidade, para melhorar a qualidade de vida da população. A palavra da vez é “Governabilidade”. Vamos garantir o andamento dos trabalhos da prefeitura. Eu acredito que isso não é uma questão só minha, todos os vereadores e vereadoras pensam igual.

NP – Em 2018, quando você foi presidente pela primeira vez, a Câmara debateu e votou um importante projeto, que modificou o Código Tributário Municipal, incluindo o pagamento de impostos por parte do Parque Beto Carrero World. Como foram aqueles meses de debate?

Isac – Como presidente, foi o momento mais importante daquele ano. Foi um divisor de águas na questão financeira do município, com a chegada do dinheiro do parque para alavancar a arrecadação. Acredito que foi um valor justo (3% de ISS) por tudo o que o parque representa para a cidade: geração de emprego, direta e indiretamente. A cidade respira turismo, e graças ao Beto Carrero, que alavancou as pousadas, hotéis, restaurantes e mercados. Quando o projeto veio, dei a maior celeridade possível. Na época dos debates eu falei: “está no gene da corrupção, vender dificuldade para colher facilidade”. Quando a prefeitura mandou o projeto eu acelerei a tramitação para garantir que a cidade começasse a receber o imposto do parque, que chega a 10 milhões de reais por ano.

NP – A cidade, mais uma vez, penou com a falta de água na temporada de verão. O debate foi tomado pela seguinte questão: a prefeitura deve romper ou não o contrato com a águas de penha? Qual a sua opinião?

Isac – Temos que refletir isso lá de trás, quando o governo anterior rompeu com a Casan e municipalizou o sistema (2012). Nós perdemos muito, principalmente na questão de saneamento básico. A Casan tinha um convênio com o banco japonês Jica. Com a quebra do contrato com a Casan perdermos a possibilidade de iniciar o esgotamento sanitário de Penha. Balneário Piçarras, por exemplo, está concluindo agora a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) com recursos do Jica. A respeito do que está acontecendo agora, eu penso que é um jogo de empurra-empurra. Na na audiência pública de julho, proposta pela Câmara de Vereadores, perguntei ao diretor da Águas de Penha à época se o contrato de Bombinhas, onde a Aegea também atua, era o mesmo de Penha. Ele me afirmou que sim. E em Bombinhas, o contrato praticamente foi cumprido. Por que lá andou e aqui não? Eu falo isso, pois as desapropriações e licenças ambientais passam pela prefeitura. Então o município tem que pegar junto com a empresa e fazer o contrato acontecer. A gente sabe que é uma decisão difícil. Mas a resolução desses problemas está nas mãos do prefeito. A Câmara tem feito o papel dela: nós realizamos audiência pública aprovada pelos vereadores e vereadoras e que gerou o resultado da construção do reservatório e a ativação dos 3 poços artesianos. Isso foi trabalho da Câmara e da sociedade civil organizada, através do Programa de Desenvolvimento Econômico Local (DEL), que teve papel fundamental no andamento das obras realizadas pela Águas de Penha.

NP – Você está no segundo mandato de vereador. A pergunta natural é: você vem candidato a prefeito?

Isac – Todo partido tem projeção de crescimento e o PL não pensa diferente. E eu, na condição de vereador do partido e presidente da sigla na cidade, sou pré-candidato a prefeito de Penha. O partido está aberto a novas lideranças para construir este projeto.