A prefeitura de Penha tem até o próximo domingo, 15, para apresentar a primeira análise para identificação da bactéria “enterococcus” no mar da Praia Grande, no Bairro Armação. Além das análises semanais divulgadas pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (IMA), que avaliam a presença da bactéria “escherichia coli” nas praias de Santa Catarina, o juri internacional que concede a certificação da Bandeira Azul pede essa segunda análise. A Praia Grande foi a escolhida pela prefeitura como apta a receber bandeira.

A prefeitura informou ao Notícias de Penha que as análises “estão sendo providenciadas e outras ações também”. A assessoria disse que estava tentando contato com o secretário de Turismo, Édpo Cristiano Bento, “para sabe de mais detalhes”. No entanto, a reportagem ainda não recebeu qualquer comunicado.

Prazos apertados

A diretora técnica do Instituto Ambientes em Rede (IAR), Leana Paula Bernardi, coordenadora do programa Bandeira Azul em Santa Catarina, revelou preocupação com a demora da prefeitura na contratação de um laboratório para a segunda análise exigida pela Foundation for Environmental Education (FEE), com sede em Copenhage, capital da Dinamarca. O Instituto Ambiente em Redes é um braço do FEE no Brasil, órgão que concede a Bandeira Azul.

“Pelo que fiquei sabendo houve uma licitação, mas que não se concretizou. Eu até perdi contato com os responsáveis pelo projeto na prefeitura, não há uma pessoa lá cuidando disso agora”, apontou Leana.

Apesar disso, segundo a diretora, o IAR deve tentar um contato com o júri no Brasil para esticar os prazos de Penha para que na próxima temporada a Praia Grande hasteei a Bandeira Azul. “Mas, para isso, a prefeitura precisa correr com as análises. Elas precisam começar no dia 15 de dezembro. São 21 análises exigidas nesta temporada”, apontou Leana.

Além da análise da presença da bactéria “enterococcus”, a prefeitura de Penha é obrigada a cumprir cerca de 34 metas para ter direto à bandeira na Praia Grande. Entre eles, está o ordenamento do trânsito na praia, a instalação de banheiros públicos, acessos às pessoas com deficiência e outros.

Fase-piloto

Há um ano, o IAR e a prefeitura de Penha lançaram a fase-piloto do Bandeira Azul na Praia Grande. Uma placa bancada por empresários da cidade foi fixada em uma das passarelas de acesso à areia da praia e o prefeito Aquiles da Costa (MDB) chegou a dizer que o governo trabalharia para que na temporada 2019/2020 a cidade fosse contemplada com a bandeira.

“Somos uma das poucas cidades do estado a ter um comitê funcionando em parceira com o poder público. Estamos solicitando ao governo federal que nos entregue a gestão da orla do município para que possamos ter mais autonomia nos projetos de urbanização”, comentou o prefeito no dia 12 de novembro de 2018.

Indignados com a demora da prefeitura em implementar as ações previstas na fase-piloto, integrantes do Comitê Gestor do Projeto Orla de Penha prometem uma manifestação neste sábado para a retirada da placa na Praia Grande.

O presidente do comitê, Ângelo Piazera Júnior, confirmou o encontro. “Mais uma vez não conseguimos o básico da prefeitura, ou seja, a ordem de serviço para que a Univali pudesse proceder a análise de águas. Estas análises deveriam ser iniciadas na última semana de novembro estendendo-se até a segunda quinzena de abril de 2020. Foi o segundo ano consecutivo de total descaso da administração pública para com o programa Bandeira Azul em Penha”, comentou.

Segundo Piazera, o grupo de trabalho formado por 14 voluntários fez 16 reuniões e todo o trabalho está “jogado no lixo”.

“Estamos encaminhando ofício do Comitê ao gabinete do prefeito, comunicando o encerramento do Grupo de Trabalho de Bandeira Azul junto ao Comitê e comunicando o trabalho até aqui realizado para que eles façam o que bem entenderem. Se é que pretendem fazer algo”, encerrou Piazera.