As turbulências e desafios dos voos de longa duração

Já passamos alguns minutos de agonia em voos de longa duração; na foto, o lindo visual de Swan River, em Perth, na Austrália (Foto: @wiguel)

Devido a alguns acontecimentos pelo mundo nas últimos meses, nos quais diversas pessoas se feriram depois de passarem por fortes turbulências durante voos internacionais, essa semana o Viajando Todo dia aterrissa para falar sobre um assunto que mexe com muita gente na hora de viajar; principalmente quando a viagem é longa e se faz necessário passar “boas” horas (nem sempre tão boas assim) dentro de um avião. Falaremos sobre turbulências e o medo de voar. Você já sofreu com isso alguma vez, ou conhece alguém que sofre toda vez que vai voar?

Nós voamos há muitos anos e já perdemos a conta de quantas vezes atravessamos o Oceano Atlântico. Porém, de uns tempo pra cá, principalmente por causa de algumas experiências que tivemos, confesso que bate aquele medinho toda vez que entramos em uma aeronave. Para vocês terem noção do que passamos vamos contar como foi nossa experiência em dois voos: 4 horas Kuala Lumpur (Malásia) e Perth, na Austrália; e alguns minutos de extrema turbulência entre Johannesburg na África do Sul e Perth.

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Na primeira, estávamos voltando de nossa maravilhosa viagem de duas semanas pelo Vietnã e tivemos de fazer uma escala na Malásia antes de voltar para nossa base, que era Perth. Saímos de Hanoi no Vietnã e tivemos um voo tranquilo de quatro horas até Kuala Lumpur. Lá, fizemos a conexão e pegamos o próximo voo em direção a Perth.

Estávamos cansados, porém bem acordados e conversando muito sobre toda a experiência vivida no Vietnã. O voo estava tranquilo nos primeiros 40 minutos, mas de repente o avião começa a chacoalhar, como se estivéssemos em um ônibus interestadual andando a 100 km/h em uma estrada de terra esburacada. Foi impossível não perceber que todo mundo se olhava com uma expressão desconfiada no rosto, aguardando por alguma informação da tripulação.

Apertem os cintos

Após alguns minutos de agonia, com as mãos suadas e preocupados com o que estava acontecendo ali, o capitão deu a notícia tranquilizadora (dó que não); ele informou a todos pelo rádio que entramos em uma zona de turbulência e deveríamos apertar o cinto de segurança, ficar calmos e nos preparar para conviver com esse clima de tensão pelas próximas quatro horas.

Nesse momento, enquanto (não sei como) alguns roncavam em algumas poltronas, a maioria se olhava cada vez mais preocupada, segurava na mão do parceiro ao lado e iam escutando o barulho das bagagens batendo e tudo balançando dentro da aeronave. Confesso que foram horas de muita tensão. Orávamos, rezávamos e experimentávamos a sensação de a sua vida toda passar como um filme na sua cabeça e achar que nunca mais iriamos ver as pessoas que amamos.

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Mas passadas umas três horas e meia a turbulência (o sufoco) acabou e o voo voltou a estabilizar e o avião voltou a ficar como se estivesse parado no ar, sereno e tranquilo até chegarmos ao nosso destino. Foi uma experiência traumatizante, mas que acontece todos os dias ao redor do mundo, sem consequências mais graves aos passageiros

Vai um gole de Amarula?

O outro episódio foi durante um voo que pegamos após uma conexão que fizemos na África do Sul. Estávamos voando do Brasil para a Austrália e fizemos uma conexão de algumas horas em Johannesburg; e continuamos nossa jornada rumo à Terra dos Cangurus. O tempo estava ótimo, a decolagem foi um sucesso, o avião estabilizou e os comissários começaram a servir as bebidas. Como está incluso no bilhete, sempre fazemos questão de pedirmos nossas garrafinhas de Amarula, aquele licor com sabor parecido com chocolate que tem uns elefantes no rótulo; esse licor muito famoso é produzido na África do Sul  e é servido aos passageiros dos voos da companhia que voamos.

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Estávamos acomodados e brindando com nosso licor mais um retorno à terras australianas; De repente, sem aviso prévio, a aeronave praticamente despenca no ar e chacoalha com extrema violência. Para se ter noção, meu copo voou 3 poltronas a frente e o gelo 5 poltronas. Todos que estavam com bebidas perderam seus copos. Naquele momento eram pessoas gritando, copos voando e sujeira por todo avião. Ficamos muito assustados sem saber o que estava acontecendo, parecia que havíamos batido em algo, mas foi só o susto.

Momentos depois o avião estabilizou, o comandante avisou a todos pelo rádio que estávamos passando por uma zona de turbulência e que logo tudo iria se normalizar. Os comissários então começaram a limpar toda a bagunça pelos corredores da aeronave e com o coração a mil. A  mão suada e aquele medo no olhar, sem ter escolha continuamos nossa viagem que estava apenas começando e enfrentamos mais nove horas de voo até chegarmos sãos e salvos na terra dos cangurus.

O destino compensa as longas horas viajando de avião; aqui estávamos na Praia das Conchas, no Oeste australiano (Foto: @viajandotododia)

Depois de muitas horas de voo e vivermos essas duas traumáticas situações, temos algumas dicas para compartilhar com vocês. É lógico que nenhuma das dicas a seguir irá fazer o avião parar de chacoalhar, mas ajudará você ter um voo mais confortável e tranquilo. Como, principalmente nos voos de longa duração:

  • Leve sempre um remédio para enjoos; por mais que você seja uma pessoas que não enjoa em viagem, estará preparado para uma primeira vez;
  • Viaje com roupas e sapatos confortáveis; em voos longos os pés e pernas podem inchar e causar desconforto;
  • (Essa nem todos irão gostar…) Escolha assento no corredor; além de ser o lugar com mais espaço em relação aos assentos ao lado, você tem a liberdade de se levantar quando quiser para ir ao banheiro, dar uma caminhada no corredor ou pegar algo no bagageiro;
  • Evite o consumo exagerado de bebidas alcoólicas durante o voo; para sua segurança e dos demais passageiros também;
  • Escolha seu assento o mais próximo possível das asas aeronave; as asas são o ponto de equilíbrio do avião e por isso é o local que menos balança durante o voo.

Por mais que possamos ficar com medo de voar, temos que concordar que ainda é um dos meios de transporte mais seguros do mundo. Por isso é deixar o medo de lado, seguir as dicas que passamos acima e curtir sua próxima viagem.

Caso tenha vivido uma experiência como a nossa, conheça alguém que já passou por algo semelhante ou queira contribuir com suas próprias dicas, deixe seu recado que ficaremos felizes em responder em seguida. Sonhe, planeje, voe e viaje todo dia. =)

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2 Replies to “As turbulências e desafios dos voos de longa duração”

  1. Ola Nathalia e Wesley!

    Gostei muito da coluna de vocês e curti as dicas. Também adoro viajar e já passei por boas e más experiências no ar, mas como falou, faz parte da vida de quem viaja muito à trabalho ou lazer. Viajar é alimentar a alma, e irrigar o cérebro. Viajar é um investimento em cultura e uma forma fantástica fe fazer amigos ao redor do mundo!

    Parabéns pelas experiências e obrigada por compartilhar suas histórias conosco!

    Beijos e sucesso!

    Renata Carvalho 🙂

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