Demissão dos professores, no ano passado, ainda vai render muita dor de cabeça para o ex-prefeito Evandro

E não é que rendeu?

Para quem achou que não daria em nada o movimento em prol dos professores demitidos no ano passado, as últimas notícias têm provado que a luta valeu a pena. Para você que chegou de Marte agora, vai aí um resumo: depois da eleição, o ex-prefeito Evandro Eredes dos Navegantes (PSDB) demitiu diversos professores. Na época, Evandro argumentou que precisava equilibrar a folha de pagamento. Como a lei eleitoral proíbe a demissão de servidores três meses antes e três meses depois da eleição, o município foi condenado este ano, já sob o comando do prefeito Aquiles da Costa (PMDB).

Indenização

O município foi condenado em primeira instância ao pagamento de indenização aos professores demitidos. O governo recorreu por obrigação, por uma vinculação à lei. Não tinha como escapar. Por isso, vem sofrendo ataques dos professores. Ora, ano passado a turma que hoje governa fez o levante em prol dos professores; hoje, argumenta que o ex-prefeito estava certo: tinha mesmo que demitir os servidores. Caso contrário, extrapolaria ainda mais os gastos com folha de pagamento. Percebe?

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Méritos de Juraci e Sérgio

À parte destas questões processuais, é importante destacar a atuação dos então vereadores de oposição Maria Juraci Alexandrino (PMDB) e Sérgio de Mello (PMDB) no episódio da demissão dos professores. Eles atuaram de maneira cirúrgica: convocaram uma audiência pública na Câmara, chamaram o sindicato para dar apoio e denunciaram o ex-prefeito ao MP. Juraci e Sérgio fizeram o dever de casa e a eles não cabe a crítica que se faz hoje ao governo.

Uma coisa leva à outra

Durante a investigação, o MP notou que alguns secretários do ex-prefeito – os cargos comissionados do alto escalão – haviam sido exonerados e renomeados em um curto espaço de tempo. O MP enxergou ali uma simulação para, no bom português, engambelar a população. Manda embora, “faz a limpa” (como muitos comemoraram) e aceita a derrota. Aí, atrás das cortinas do governo, recontrata só alguns. Ambas situações (demissão dos professores e exoneração/nomeação comissionados) já estão rendendo dor de cabeça ao ex-prefeito.

Bens congelados

No primeiro caso, o atual governo deve aguardar o final do processo para ingressar com uma ação regressiva contra Evandro; cobrando dele a responsabilidade nas demissões dos professores. Quanto ao segundo problema, o tucanato já sentiu o baque: além do ex-prefeito, cinco ex-secretários tiveram os bens congelados na última semana. Os acusados reclamam que tiveram 100 vezes o valor dos respectivos salários bloqueados. Evandro argumenta que recebeu 96 salários durante os oitos anos do PSDB no governo municipal. Ele considerou a decisão desproporcional. Porém, não quis entrar em polêmica e disse que iria recorrer da decisão.

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Outras broncas

Além dessas duas broncas, Evandro ainda tem a sombra do escândalo das multas do Detranpen (2015) e o ex-funcionário Vilmar de Oliveira como uma pedra no sapato. Evandro é investigado por fazer vistas grossas às condutas de Vilmar quando funcionário da Secretaria de Obras. Nessa ação também teve os bens congelados. Segundo denúncia do Ministério Público, Vilmar exigia parte dos salários dos companheiros de trabalho. Ele tinha uma posição de hierarquia em relação aos extorquidos.

Não fez nada

No inquérito policial que apurou os supostos crimes de Vilmar, a Polícia Civil afirmou que Evandro tomou ciência das ações de Vilmar e nada fez para impedir. Segundo a rádio corredor do Paço Municipal, Evandro até tentou se livrar da encrenca, mas sofreu pressão deu um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), compadre de Vilmar.