Ex-secretária de Educação desabafa: “Não jogo contra o município. O censo escolar foi feito sim”

Iolanda de Souza Amaro, ex-secretária de Educação de Penha, está há alguns dias levantando documentos para provar que o censo escolar obrigatório foi registrado e enviado ao Governo Federal no ano passado.

O caso ganhou repercussão na sessão da Câmara de Vereadores do dia 1º de março após os vereadores Isac da Costa (PR) e a presidenta da Casa, Maria Juraci Alexandrino (PMDB), afirmarem que a Secretaria de Educação não teria enviado os dados de cerca de 200 alunos, uma obrigação prevista em lei. “O município deixou de receber R$ 1 milhão por essa falha da prefeitura”, afirmou Isac durante aquela sessão.

Ontem, Iolanda se reunião com as diretoras e secretárias das escolas citadas na denúncia: EBM Horacina Soares Francisco, EBM Cipriano Silvino Custódio e EBM Maria Emília da Costa. “Elas levaram as cópias dos documentos que provam que os números de alunos dessas escolas foram enviados do Governo Federal. Nós fizemos o censo completo”, afirmou Iolanda.

As imagens dos documentos foram entregues ao Notícias de Penha e estão neste post, acima.

A ex-secretária reconheceu que durante o processo de cadastramento, alguns erros foram identificados. “A Gilmara da Silva [consultora em Educação da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (Amfri)] nos alertou e fizemos uma reunião com as diretores e secretárias de todas as escolas. Nos reunimos na sala de informática da escola da Olaria e sanamos todas as dúvidas. Depois, os dados foram enviados como sempre foi feito”, garantiu.

Iolanda acredita que deve ter ocorrido uma falha no sistema de cadastramento. “Os documentos que tenho aqui mostram o número de recibo do envio. Ou seja, os dados saíram de Penha, mas não chegaram para o Governo Federal por algum problema de migração. Eu conversei com a Gilmara essa semana e ela também acredita que isso possa ter acontecido”, destacou.

Iolanda conversou com o Notícias de Penha por telefone nesta terça-feira, por volta das 12h. Ela demonstrou estar confiante sobre o trabalho exercido na Secretaria de Educação e pediu um basta na guerra política. “Eu completei em março 30 anos de profissão no magistério. Fui tachada de analfabeta e o que estão fazendo da minha imagem é inaceitável. Quem me conhece sabe que eu sou organizada, sou pelo certo e jamais deixaria isso passar. Estamos vivendo essa guerra política. Mas desejo que eles [governo atual] façam o melhor para Penha. Eu gostaria que repensassem o que fizeram comigo”, pediu.