O mandato de um ano para presidência da Câmara de Penha e a farsa da democracia

A última sessão da Câmara de Vereadores de Penha marcou a segunda votação do projeto que reduz para um ano o mandato de presidente da Casa Legislativa. A iniciativa partiu dos vereadores do PMDB, Maria Juraci Alexandrino e Sérgio de Mello.

Na primeira votação, o projeto foi muito discutido em plenário e passou com 9 votos favoráveis e duas abstenções dos vereadores Felipe Schmidt (PSD) e Jesuel Francisco Capela (PSDB), o Juju. AQUI eu explico como foi a votação.

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Os vereadores da próxima legislatura: Luizinho, Maurício, Silas, Joaquim, Juju, Juraci, Italiano, Isac, Regiane, Lito e Toninho

O PMDB usou dois argumentos para defender a proposta: a divisão do mandato da presidência feita entre Felipe e o atual presidente Clóvis Bergamaschi (DEM), e a tal da democracia.

O primeiro argumento é coerente. Se Felipe e Clóvis dividiram o mandato de comum acordo, sem atrapalhar os trabalhos da Casa, que mal teria prever essa troca em lei? Felipe foi presidente em 2015 e, Clóvis, em 2016.

Democracia é história para boi dormir

Mudar a lei para reduzir o mandato da presidência foi a única forma que o PMDB encontrou para evitar a guerra entre os quatro vereadores do partido em 2017: além da reeleita Juraci, os vereadores Everaldo Dal Posso (Italiano), Professora Regiane e Maurício Costa (Lito).

Com a aprovação da lei, os quatro anos ficam divididos entre os quatro vereadores do PMDB. Há quem diga que Isac da Costa (PR) e Maurício Brockveld (Pros), ambos da coligação que elegeu Aquiles da Costa (PMDB) prefeito em outubro, também terão espaço na cadeira mais cobiçada da Câmara.

Veja bem, já estamos falando de seis vereadores. Teríamos mandatos de seis meses para presidente da Câmara?

Percebe como o argumento da democracia só cola para o lado mais forte? É democrático dividir o mandato da Mesa entre os vereadores? Claro que é! Mas, do jeito que está, essa lógica só vale entre os vereadores da base do prefeito eleito.

Democracia?