O caderno Viagem do jornal O Estado de S. Paulo publicou semana passada algumas sugestões de destinos turísticos no país e no exterior. O parque Beto Carrero World aparece nessa lista, com uma foto da montanha russa FireWhip.
Contudo, o jornal indica que os turistas se hospedem em Balneário Camboriú, “muito maior e mais divertida que a vizinha Penha, onde está o parque”, segundo o Estadão.
A frase é desonesta já na largada. Penha tem 58 quilômetros quadrados, contra 46 de Balneário Camboriú. “Ah, mas não foi isso que o jornal quis dizer”. Pois é, mas disse. Esse muito maior é em relação a quê, então?
Número de prédios, quantidade de ricos, baladas e restaurantes? Se esse for o parâmetro, beleza. BC é imbatível em relação a qualquer cidade de Santa Catarina, para não cair no pecado da generalização cometido pelo jornal.
Quanto ao mais divertida, arrisco uma comparação entre Penha e Balneário Camboriú. Temos o fantástico parque Beto Carrero, 19 praias, morrarias incríveis e uma história de mais de 200 anos. Chega-se a Penha por Navegantes, por dois acessos via BR-101 e também por Balneário Piçarras.
A cidade registra alguns pontos de engarrafamento na temporada: na Praia Alegre, no semáforo da Armação e…, pois é, não consigo lembrar de outro local.
O sol encosta nas areais das praias até depois das 19h (no horário de verão, ok). Eu me divirto à beça remando de caiaque até a coroa da praia de Armação do Itapocorói, ou na trilha entre a praia da Paciência e a estrada que leva à ponta da Vigia.
Não estou aqui vivendo o complexo de vira-latas, mas faltou ao jornal um pouco de honestidade. Uma pesquisa no Google ajudaria muito.
Eu canso de ouvir que Penha não é só o Beto Carrero. Eu sei disso, quem mora aqui, também sabe disso. Mas o que a cidade fez, e refiro-me ao Poder Público, para mudar essa imagem? A imprensa, que deveria elucidar, acaba atrapalhando um bocado.
