Professores da rede municipal de Penha protestam em frente à prefeitura

Cerca de 40 professores ACTs da rede pública municipal se reuniram na tarde desta sexta-feira na Câmara de Vereadores com a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da Foz do Rio Itajaí, Eliane Aparecida Correa, a Elianinha. Terça, os professores foram  informados de que deveriam passar no RH da prefeitura para assinar as rescisões. A indignação foi geral e no feriado de quarta, as diretoras das escolas e creches de Penha pediram que todos os educadores voltassem ao batente, voltando atrás nas demissões.

O pedido de retorno ao trabalho, porém, não garante que os contratos dos professores seguirão até o dia 16 de dezembro, como o programado. A informação da prefeitura é de que a situação ainda está sendo avaliado pelo prefeito Evandro Eredes dos Navegantes (PSDB) e que, até às 16h30min de hoje, os professores permaneciam empregados.

Algumas professoras e professores falaram hoje à tarde no plenário da Câmara. Além da Elianinha, outros dois membros do sindicato estavam presentes. Um deles é advogado. Todas as reclamações foram anotadas e o sindicato orientou que os professores voltem ao trabalho, sob pena de serem demitidos por faltar. “Enquanto o prefeito não oficializar as demissões, não há muito o que fazer”, afirmou Elianinha. E ela completou: “Os professores têm que ter paciência e maturidade neste momento. Se é para voltar, tem que voltar para a sala de aula”

A reunião de hoje na Câmara foi organizada pelos vereadores Sérgio de Mello (PMDB) e Maria Juraci Alexandrino (PMDB). Quinta, os dois informaram ao Ministério Público a intenção do prefeito em exonerar parte dos professores da rede municipal. “Ninguém aqui está levantando questão leviana. Só procuramos o MP em caso de barbaridade”, falou a vereadora peemedebista.

Após a conversa na Câmara, os professores passaram pela Secretaria de Educação, mas não foram recebidos pela coordenação, que estava em reunião com as diretoras das escolas e creches. Os educadores partiram então para a frente da prefeitura, empunhando cartazes. Eles posaram para foto na rampa do Executivo e foram a pé até o RH. Lá, foram informados por um funcionário que os contratos estavam vigentes até segunda ordem.

Para a professora Daiane Sarmento, a falta de informações é o que mais atrapalha. “Essa semana a gente comemorou o Dia das Crianças e eu tinha programado diversas atividades. Na terça, fui exonerada. Aí, na quarta, pediram para eu retornar para a creche onde eu trabalho. Eu só voltei pelas crianças, para não deixá-las desamparadas. Eu me senti impotente com essa indecisão”, disse.

A versão da prefeitura

Ontem, a prefeitura soltou uma nota oficial em que afirma que as demissões “nas secretarias municipais ocorreriam independentemente do resultado nas eleições municipais do último dia 2 de outubro”. Disse o prefeito Evandro: “Um novo governo viria, junto de uma nova equipe. Quando eu assumi a prefeitura em 2008, após um governo do PMDB, a situação administrativa era a mesma: cargos de confiança exonerados e a prefeitura funcionando com sua equipe concursada. Apenas tomei a decisão com certa antecedência para reorganizar as contas públicas”.

Para o prefeito, a situação foi causada por questões políticas. “Os vereadores de oposição estão criando um fato político para se promoverem. Não é nada disso que estão falando. Esse é um processo administrativo completamente normal e que faz parte da transição de governo. Os serviços públicos continuam sendo oferecidos e se houver uma demanda suprimida, alguns cargos serão repostos. Nossa administração elevou a oferta de todos os serviços públicos e honraremos com eles até o último dia do nosso mandato”, finalizou Evandro.

Segunda, os professores irão à Câmara novamente, dessa vez durante a sessão. Eles prometem lotar o plenário.

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Raffael do Prado
raffajornal@hotmail.com



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