Janete Krueger em: “ONDE HABITAMOS”

Nesta semana, o Notícias de Penha traz a estreia da colunista Janete Krueger. Vamos nos abster de apresentações pois a própria Janete se apresenta durante seu texto, claro, para aqueles que ainda não a conhecem. Fiquem à vontade, amigos seguidores do Notícias de Penha, e se deliciem com esta ótima leitura.

 

 

ONDE HABITAMOS

De onde você veio? De onde eu vim? Qual sua descendência? Onde você mora? Será que é a mesma cidade que eu moro? Pode ser que sim, mas também pode ser que não. Isso importa? Eu acho que não. E você o que acha?

A realidade é que eu, assim como você, moramos neste mesmo planeta. E minha cidade, assim como a sua, passa pela mesma angustia. Mas uma só? Claro que não! É uma lista gigante, que se agrava ou se renova, a cada chuva, a cada assalto, a cada primavera, a cada dia de aula ou dia de trabalho, afinal é aqui que moramos, vivemos, sentimos aflições e alegrias todos os dias.

O que isso tem haver com Arquitetura e Urbanismo? Tudo! Por isso, aqui estou. E quem sou? Sou Janete Krueger, Arquiteta e Urbanista, formada há 18 anos, com especialização acadêmica em arquitetura no mercado de luxo e MBA em gestão de obras. Na vida profissional me especializei em projetar e reformar espaços, transformando a vida das pessoas, o famoso antes e depois, pois creio que a mudança, tendo como base a preservação da história da edificação, implantação de novas tecnologias e pensando sempre em sustentabilidade, são os pilares de uma boa arquitetura. Mas toda arquitetura segue esses conceitos? Não, claro que não. Os conceitos em arquitetura e no urbanismo são vastos e de muitas interpretações. Talvez por isso que a arquitetura e o urbanismo são mal compreendidos, e por consequência, mal empregados.

E o que tudo isso, a arquitetura e o urbanismo e seus conceitos, tem haver com a sua vida? Muito mais do que você imagina, mas há três que classifico como importantes que é garantia de uma vida digna, segura e de qualidade.

As cidades são administradas de formas tão inusitadas e com verdadeiros “arranjamentos urbanos”, que qualquer arquiteto e urbanista se angustia com tamanha displicência e falta de profissionalismo.

Talvez você se pergunte, o porque desta coluna ou então o motivo de tantas críticas, afinal um gestor público não precisa entender tudo. Sim, é um fato, mas empossar assessores ou tomar para si, responsabilidades da qual não é qualificado é atestado de total desprovimento intelectual.

A história de nosso país e suas cidades foram sendo talhadas em ricas madeiras, tão ricas que foram exportadas, para aqui sobrarem serragens destes longos anos de riquezas culturais e éticas, que formaram esta verdadeira miscigenação vista nas cidades. Somos uníssonos sobre nossa miscigenação, mas contraditórios ao tratar sua equidade, seja no acesso social ou urbano. E assim caímos novamente na retórica de relembrar o quão desigual é uma cidade, seja no acesso de serviços básicos ou na temática urbana de acesso a moradias.

Às vezes o texto pode parecer genérico, mas servirá de Norte a Sul deste país, pois assim como eu, você se angustia em ver sua cidade sendo remendada como uma colcha de retalhos sem linha apropriada, por protagonistas mal preparados e sem criatividade. E citando a criatividade, sabia que a economia criativa está sendo usada para fomentar a reorganização econômica das cidades neste momento tão delicado que se encontra a sociedade? Entra aí novamente a gestão das cidades e suas particularidades. A qualificação dos gestores e seus assessores é necessária, assim como a repetição desta afirmação.

As questões ligadas às cidades são quase infinitas, portanto teremos ainda muitos encontros neste espaço de informação e jornalismo. Assuntos atuais das cidades, mas sempre pautados na evolução urbana e suas histórias. Boa leitura!

 

 

Imagem: Freepik