Hospital Marieta lança campanha para diminuir déficit mensal, que é de R$ 500 mil; saiba como ajudar

Único município que repassa recursos para o hospital é Itajaí; 40% dos atendimentos são de pacientes de outras cidades (Foto: Divulgação)

O principal hospital da região, o Marieta, precisa da sua ajuda. A instituição possui um déficit mensal de R$ 500 mil, ou seja, está no vermelho. O dinheiro que chega ao hospital vem da prefeitura de Itajaí que, por meio de contrato, repassa mensalmente 280 mil reais à Associação Madre Teresa, mantenedora da entidade; além de doações e ajuda financeira do governo do estado no valor de R$ 400 mil/mês. Contudo, essas transferências não dão conta do tamanho dos custos mensais do Marieta e é preciso que a população entre nessa balança.

Hoje, o Marieta possui 380 leitos ativos e realiza uma média de 75 mil atendimentos por mês. A instituição tem 1,3 mil funcionários e 332 médicos que atendem a 55 diferentes especialidades. O hospital não recebe pacientes só de Itajaí; moradores das 11 cidades que compõem a Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí (Amfri) representam 40% dos atendimentos no hospital itajaiense. E essas cidades não repassam um centavo sequer ao Marieta.

Segundo o diretor administrativo da entidade, Nivaldo Lacerda da Cunha, é preciso que os municípios vizinhos colaborem financeiramente com a instituição. “Nós temos contrato com Itajaí e o prefeito Volnei Morastoni (PMDB) se comprometeu a conversar com os prefeitos da região para que se envolvam nessa ajuda ao Marieta e colaborem efetivamente para a manutenção do hospital”, disse.

Campanha

A Associação Madre Teresa lançou no começo do mês passado uma campanha por meio de doação para minimizar o déficit financeiro e conseguir controlar as contas sem prejuízo ao atendimento à população, ou seja, sem cortar serviços de saúde. (Veja no box como ajudar)

Nivaldo explica que se cada residência da região colaborasse com 5 reais por mês, o hospital teria condições de sair do vermelho e ainda ampliar os atendimentos. “Ou ampliamos a receita por meio de campanhas e repasses governamentais, ou diminuímos de tamanho. O Hospital de Barretos, em São Paulo, consegue arrecadar R$ 80 milhões por ano só em doações. É preciso ter essa consciência de ajudar aqui também”, disse o diretor.

Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo Marieta é a “Tabela SUS”. Funciona assim: o hospital desembolsa uma valor em procedimentos cobertos pelo Sistema Único de Saúde e depois recebe o equivalente ao gasto para cobrir os custos. O problema, explicou Nivaldo, é que a tabela é de 1990 e está defasada. “Uma diária na UTI do Marieta custa para o hospital R$ 2.118. O SUS só repassa 473 reais. Como a tabela é muito ruim, o estado fica com a obrigação de complementar essa tabela. E dos municípios somente Itajaí colabora”, comentou. O Marieta em 40 UTIs: 30 para adultos e 10 neonatal.

O secretário executivo da Amfri, Célio Bernardino, informou que a ajuda financeira ao hospital Marieta estará na pauta de discussões da próxima assembleia da associação entre os prefeitos dos 11 municípios, que será realizada no dia 18 de agosto. “Estive com o prefeito Volnei há alguns dias e ele comentou sobre essa questão financeira do hospital. Por isso o tema deve ser debatido entre os prefeitos nessa próxima assembleia”, indicou.

Por meio de imprensa, a prefeitura de Penha informou que o prefeito de Itajaí ainda não conversou com o prefeito Aquiles da Costa (PMDB) sobre o tema. “Também vale considerar que todo paciente de Penha, quando é internado no Marieta, passa a ser considerado um paciente do estado”, disse a prefeitura.