Ex-servidora acusa prefeito de Penha de assédio sexual; ele nega

“Eu fui até o gabinete pedir para ser trocada de secretaria. Trabalhava na Saúde e queria ir para a Secretaria de Administração ou Fazenda, já que tinha estudado administração. De repente ele veio para cima de mim”.

O relato é da ex-funcionária da prefeitura E.E.O.F, 31 anos, que acusa o prefeito Aquiles da Costa (PMDB) de assediá-la dentro do gabinete da prefeitura. Até o último dia 1º de junho, ela trabalhava como coordenadora do setor de regulação da Secretaria de Saúde, quando foi exonerada pelo prefeito.

O assédio, segundo ela, ocorreu em duas oportunidades, ambas no gabinete: a primeira vez em março e a segunda em abril. Contudo, afirma, foi na segunda vez que o prefeito teria sido mais incisivo. “Ele tentou me beijar e colocou o órgão genital para fora da calça. Eu fiquei chocada. Sou uma mulher casada, de respeito”, afirmou em entrevista ao Notícias de Penha.

“Eu estou muito abalada. Nunca imaginei que ele fosse capaz de algo assim”
A ex-funcionária resolveu denunciar o prefeito após contar para o marido sobre o ocorrido. “Não aguentava mais guardar aquilo só para mim. Eu estava muito abalada”, disse. O relato, registrado em um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Penha, tem três páginas e ainda aponta que a então servidora procurou o vice-prefeito Lindomar Schulle e a esposa dele, Elisama Freitas, para dizer que não tinha mais condições de trabalhar na prefeitura. “Eu estava e ainda estou muito abalada com essa situação. Meu marido e eu somos pessoas honradas e trabalhamos muito para eleger o prefeito. Nunca imaginei que ele fosse capaz de algo assim”, relatou a ex-funcionária comissionada.

Funcionária trabalhou na coligação que elegeu Aquiles; ela foi nomeada em 5 de janeiro e exonerada em 1º de junho
Corre em segredo

O caso do suposto assédio chegou à justiça há cerca de um mês após ser instaurado um inquérito policial na Delegacia de Penha. O processo número ‘0001349-55.2017.8.24.0048’ está protegido por segredo de justiça e não é possível acompanhar o desenrolar dessa história. Como o prefeito tem foro privilegiado, o processo será julgado pelo Tribunal de Justiça em Florianópolis e acompanhando pela Procuradoria-Geral do Estado.

Nota oficial da prefeitura de Penha sobre o caso

“O prefeito Aquiles da Costa prefere não tecer comentários sobre o assunto para não atrapalhar as investigações da polícia civil, pois entrou com uma denúncia de tentativa de extorsão feita pelo referido casal, que buscou chantageá-lo com uma denúncia falsa de assédio. E. fez o boletim de ocorrência e retirou a acusação no mesmo dia, vindo depois, junto com seu marido, ameaçar de procurar a imprensa caso não recebesse o valor de 90 mil reais.

O prefeito se recusou a ceder à extorsão, e procurou a polícia com gravações telefônicas que comprovam a tentativa de chantagem. Foi aberto um inquérito para investigar a tentativa de extorsão, e você pode buscar mais informações sobre o caso junto com o responsável pela delegacia da polícia civil de Penha.

Reiterando a necessidade dos meios de comunicação de primarem pela ética, recomendamos cautela na divulgação desta notícia, lembrando que publicações caluniosas podem gerar queixa-crime, e também acarretam em ações de danos morais.”

Não houve extorsão, garante marido da ex-servidora

Novamente procurado pela reportagem, o esposo da ex-funcionária garantiu que não houve pedido de extorsão. “Nessa gravação deles mostra que o prefeito tentou induzir minha esposa a pedir um dinheiro para não denunciá-lo. Nós pedimos uma indenização pelo período que ela iria trabalhar na prefeitura, ou seja, referente aos próximos três anos e meio. Foi isso o que pedimos, o que achamos justo pelo transtorno que ele causou à nossa família”, disse o marido, que concorreu ao cargo de vereador na eleição passada pela coligação que elegeu o prefeito Aquiles.